Para a tradição cabalista, quando um ser humano recebe a Cabala e busca um caminho, ele se torna um iniciado. É visto como alguém que decifra aos poucos as entradas para mundos aos quais não tinha acesso antes.
Isso pode ser perigoso quando não há por trás da aquisição de novos poderes um intenção correta. Os caminhos da Cabala representam perigo quando as técnicas não são bem ensinadas e quando o aprendiz se deslumbra com as primeiras visões de luz que recebe.
A correta intenção é essencial. É preciso meditar sobre o que se deseja alcançar através da Cabala e se isso é justo para todos os envolvidos. Se a manipulação de outro ser for uma meta, os riscos serão grandes. Se o motivo da busca for egoísta, sem permitir que outros se beneficiem, há riscos reais para o buscador. Se não está disposto a aceitar mudanças em si e nas suas ações, pensamentos e palavras, o caminho será perda de tempo.
Aprender pela metade ou seguir um instrutor que se julga um mestre, dono da verdade e que despreza toda a base do passado, isso também é um grande perigo para qualquer aprendiz. Tudo na Cabala tem uma origem e a Antiga Tradição se encarrega de prover as bases do estudo em cada fase evolutiva da humanidade.
Mas o pior dos desvios que um aprendiz enfrenta na sua caminhada está na vaidade. É inevitável que um estudante de Cabala se torne um ser especial e mais iluminado, mas quando ele acha que ser especial e ter luz o faz melhor que os outros seres diante de Deus, isso é um erro imenso.
Nunca se recebe um dom especial, um conhecimento apurado e uma graça divina para fazer disso apenas um uso egocêntrico. Tais presentes divinos só nos são ofertados para partilhar e para mostrar o quanto ainda estamos esquecidos da nossa natureza divina.
A Cabala ensina uma maneira muito especial de ver o mundo e de estar nele. Através da razão e da mística, ela mostra os outros planos de existência dos quais já partilhamos como alma num passado e aos quais voltaremos num tempo futuro. Ela ensina como trabalhar hoje para que isso venha a acontecer.
O trabalho da Cabala é ensinar como ter uma percepção ampliada e para isso ela mostra como entender o desconhecido, ver o invisível e sentir o imaterial.
A Cabala torna o ser humano consciente do mistério que ele é. Ela o faz atento àquilo que o cerca num plano mais sutil e que os sentidos limitados que possui não lhe permitem perceber.
A percepção cabalista abre com chave dourada as portas de um mundo oculto e misterioso. A sabedoria oculta na Cabala já foi para poucos, hoje é para muitos, pois os fundamentos que ela ocultava e que foram dados a Moisés, se abriram. Desde os essênios, os instrutores místicos de Jesus, que viviam encerrados em suas comunidades e depois saíam para ensinar, esse trabalho tem sido feito suave e gradativamente. Agora é só receber.
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